Prevalência de pancreatite aguda idiopática em um ambulatório de pâncreas em hospital público terciário do Distrito Federal

Lara Prata Silva Albuquerque, Laura Oliveira Melo, Ricardo Jacarandá de Faria

Resumo


A pancreatite aguda idiopática (PAI) é vista como um problema de saúde com elevada
incidência dentro dos hospitais de nosso país e no mundo. Seu diagnóstico é estabelecido
quando, após uma intensa investigação etiológica padrão, não encontrou-se uma causa para
o quadro de pancreatite aguda (PA). Somando-se a isso, a variedade de causas para PA é
grande, dificultando ainda mais o seu diagnóstico. Consequentemente, estudos revelaram
que a PAI está diretamente relacionada com a pancreatite aguda recorrente e cronificação da
pancreatite, gerando inúmeros prejuízos sociais aos pacientes, pelas complicações associadas,
e econômico aos sistemas de saúde, principalmente. Dessa forma, o presente estudo teve
como objetivo demonstrar a prevalência de PAI em um hospital terciário do Distrito Federal e
apresentará os fatores etiológicos eventualmente encontrados nos pacientes anteriormente
diagnosticados com pancreatite aguda idiopática e o impacto trazido ao paciente pela não
detecção da condição de base, demonstrando a importância da extensa investigação da
pancreatite aguda. A metodologia do estudo baseou-se em um estudo transversal,
retrospectivo, de método quantitativo. Foi feita uma análise estatística de prontuários de
pacientes com diagnóstico de pancreatite aguda do ambulatório de pâncreas, obtidos por
meio do sistema eletrônico do hospital terciário do DF. A amostra delimitada foi de 100
pacientes e a coleta aconteceu por meio de uma ficha de coleta de dados, padronizada e
elaborada pelos pesquisadores, que continha as seguintes variáveis: gênero, idade, etilismo,
tabagismo, diabetes, cirurgias prévias, data da primeira crise, etiologia, tempo de internação,
intensidade da dor, medicações em uso, reinternação, óbito, exames complementares e
exames de imagem. Todas as análises foram realizadas utilizando o Pacote Estatístico para
Ciências Sociais (IBM SPSS, IBM Corporation, Armonk, NY, EUA, 25.0). Os dados encontrados
na coleta revelaram que a etiologia mais comum da pancreatite aguda foi alcoólica,
representando 47% dos casos, seguido da autoimunidade (20% dos casos), o que diverge de
muitas literaturas, e biliar (15,8% dos casos). A incidência no sexo masculino foi maior que no
sexo feminino (54% e 46%, respectivamente), corroborando com pesquisas científicas
preexistentes. Ainda, a incidência de PA dada como idiopática (37% dos casos) foi maior do
que o encontrado normalmente em base de dados de outros locais (20%). Dessa forma, tal
dado pode ser explicado pela carência de disponibilidade de mais recursos diagnósticos
necessários para uma extensa avaliação etiológica, como visto em inúmeros estudos. No
estudo a seguir concluiu-se que a prevalência de PAI em um hospital público terciário do
Distrito Federal está acima da média quando comparada a outras pesquisas. Além disso, a
prevalência da pancreatite aguda demonstrou ser maior em homens, divergindo também de
outras pesquisas que revelaram ser mais prevalentes no sexo feminino. Finalmente, foi
constatado que as etiologias mais comuns foram a alcoólica, autoimune e biliar


Palavras-chave


pancreatite aguda; pancreatite aguda idiopática; diagnóstico etiológico; gênero; epidemiologia

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2021.8985

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