A (re)construção de masculinidades em grupos de homens no Distrito Federal: uma análise a partir do diálogo entre a psicanálise e as ciências sociais

Luiz Alberto de Sousa Junior, João Henrique Andrade, Lucas Alves Amaral

Resumo


Ao constatarmos empiricamente a grande incidência de grupos de homens,
principalmente, os perfis de grupos terapêuticos e temáticos atualmente no Brasil,
propusemo-nos a identificar e compreender, a partir da interface entre Ciências Sociais
e Psicanálise, as práticas desses tipos de grupos de homens em Brasília (DF) no que tange a ressignificação da masculinidade hegemônica. Neste sentido, buscamos entender
formatos e metodologias produzidas nos grupos pesquisados, bem como suas origens e
impactos na vida dos participantes. Analisamos, ainda, como os participantes de grupos
de homens em Brasília (DF) percebem o sofrimento psíquico masculino gerado pela
masculinidade hegemônica em sua biografia, e como os homens coordenadores e
participantes desses grupos percebem suas performances masculinas. Em termos
metodológicos, pesquisa, de tipo qualitativa, foi realizada por meio da realização de
entrevistas semiestruturadas com sete homens participantes e coordenadores de grupos
de homens terapêuticos e temáticos em Brasília (DF) há pelo menos um ano. Concluímos
analisando os atravessamentos da masculinidade hegemônica na vida dos homens e a
busca por transformações como sujeito; o funcionamento dos grupos de homens; e a
possível transformação provocada pelos grupos. Os resultados do estudo indicaram
limites e possibilidades de ressignificação de masculinidades no contexto dos grupos de
homens. Consideramos importante afirmar que os grupos de homens terapêuticos e
temáticos constroem possibilidades de ressignificação de processos pessoais que
envolvem o cuidado de si e a construção de performances masculinas alternativas ao
modelo hegemônico de masculinidade contemporânea. Uma importante ponderação a ser
feita em relação a experiência de homens em grupos de homens terapêutico e temáticos,
no entanto, diz respeito a ausência, em alguns grupos, de debates críticos sobre temas
sensíveis sobre masculinidades e em alta na esfera publica contemporânea, tais como o
machismo e seus efeitos homofóbicos, sexistas e transfóbicos e a violência contra as
mulheres.


Palavras-chave


Grupo de homens, masculinidades, masculinidade hegemônica, machismo, Ciências Sociais, Psicanálise

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2019.7448

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