Estudo da aplicação do Programa FIFA 11+ versão para árbitros, uma reabordagem bibliográfica

Aline Lamounier Gonçalves, Gabriel Xavier Ramalho, Marcio de Paula Oliveira

Resumo


O futebol é um dos esportes mais populares no mundo. Em 2006, um levantamento
oficial da FIFA revelou o envolvimento de 270 milhões de pessoas com o futebol,
sendo 840 mil árbitros e seus assistentes, peças chave na partida de futebol. Por
exigir grande esforço físico, a prática do futebol inclui riscos inerentes de lesão,
também aplicadas aos árbitros. Há equívoca percepção de que o árbitro seja menos
suscetível a lesões quando comparados a atletas de alto rendimento. Nesse escopo,
observa-se a importância epidemiológica do tema ao evidenciar-se que até 40% dos
árbitros revelaram já ter apresentado lesões de diferentes caráteres durante a
carreira. Apesar dessa alarmante incidência, há escassos trabalhos sobre o tema.
Afim de proporcionar maior atenção a esses profissionais que exercem célebre
papel decisório nas partidas, a FIFA criou o programa de prevenção FIFA +11/versão
para árbitros, com o intuito de reduzir a incidência de lesões nesse grupo, tendo
como base o perfil de lesões que acometem mais especificamente os árbitros e o
programa de prevenção de lesões FIFA +11. O objetivo do atual trabalho foi avaliar
o impacto do programa de prevenção FIFA +11/versão para árbitros na incidência
de lesões e seu tempo de recuperação no grupo que sofreu intervenção, além de
descrever as características epidemiológicas do árbitros estudados. Trata-se de um
estudo prospectivo intervencionista com árbitros e assistentes brasileiros durante o
período de junho de 2015 a abril de 2016, em que primeiro aplicou-se um
questionário para se obter os dados epidemiológicos, em seguida os árbitros
brasilienses foram submetidos por 8 meses ao programa de prevenção. Foram
estudados ao todo 66 árbitros/assistentes, de ambos os sexos, sendo 22 do Distrito
Federal (grupo brasiliense), sendo 3 mulheres, e 46 de outros estados (grupo
nacional), sendo 9 mulheres. Constatou-se que o grupo brasiliense é composto por
pessoas mais jovens, com média de 30 anos, em comparação a média de 36 anos do
grupo nacional, refletindo expressivamente na comparação do tempo de atuação
dos grupos, sendo de 5,86 anos no primeiro e de 11,78 anos no segundo. As lesões
ocorreram principalmente durante os jogos, em 62,5 % das vezes no grupo do DF e
76,47% no nacional. O tipo de lesão com maior incidência, tanto no grupo do DF,
quanto no Nacional foi a distensão muscular (37,5% e 44,12%, respectivamente),
seguida pela entorse no primeiro grupo e a tendinopatia no segundo grupo. Foi
relatado a ocorrência de lesões prévias por 73,91% do grupo nacional, em
comparação a 36,36% do grupo brasiliense. Porém o tempo de recuperação do
primeiro foi mais rápido, 34,3 dias, do que o do segundo, 63 dias. Após a
intervenção notou-se redução de 37,5% das lesões no grupo que sofreu a
intervenção, assim como o tempo de recuperação foi reduzido em 52% durante o
período de intervenção. Pode-se concluir que o programa FIFA 11+/versão para
árbitros tem ampla aplicabilidade e demonstrada eficiência, demonstrando
pactuado impacto na prevenção de lesões nos árbitros que praticaram o
treinamento


Palavras-chave


Árbitros. Futebol. Prevenção.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n1.2018.6375

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