Avaliação funcional e comparativa entre pacientes com lesões parciais e completas do manguito rotador

Anna Beatriz Salles Ramos, Matheus Ribeiro, Márcio Oliveira

Resumo


Um dos acometimentos mais encontrados no ombro é a lesão do manguito rotador (MR). O objetivo do estudo foi avaliar os resultados dos escores UCLA e Constant, a amplitude de movimento e a força pós-operatória dos pacientes com ombros operados entre o período de 2011 a 2017 e comparar os resultados entre os pacientes com lesões parciais e completas pequenas ou médias do MR. Foram analisados 84 ombros retrospectivamente com ruptura parcial ou completa do MR submetidos ao tratamento cirúrgico artroscópico. Os critérios de inclusão foram: rupturas parciais ou completas pequenas e médias do tendão supraespinhal, que foram submetidos à sutura por via artroscópica, com acompanhamento de ao menos seis meses. Os critérios de exclusão: procedimentos abertos, tempo de seguimento pós-operatório inferior a seis meses, cirurgias prévias no ombro operado, presença de artrose glenoumeral grave, presença de lesão dos tendões subescapular ou infraespinhal, labral, do músculo bíceps e lesão completa grande ou extensa. Foram identificados 57 ombros com lesão completa, em que a média de idade dos pacientes foi de 61,4 anos, enquanto 27 ombros apresentaram lesão parcial e sua média de idade foi de 56,5 anos. Os pacientes foram avaliados no período de 2017 a 2018 pelos escores UCLA e Constant, além da avaliação física de força com o uso de dinamômetro e amplitude dos movimentos com o goniômetro. A comparação das variáveis clínicas, de cirurgia, medidas de goniômetro, força e dos escores UCLA e Constant entre dois subgrupos de tamanho da lesão (parcial e completa) foi realizada pelo teste t de Student para amostras independentes ou de Mann-Whitney para variáveis numéricas, e pelo teste de qui-quadrado (χ2) ou de exato de Fisher para variáveis categóricas. Foi aplicado método não paramétrico, pois todas as variáveis, exceto idade, apresentaram distribuição não-Gaussiana, segundo a rejeição da hipótese de normalidade pelo teste de Shapiro-Wilk. O critério de determinação de significância adotado foi o nível de 5%. A análise estatística foi processada pelo software estatístico SAS® System, versão 6.11 (SAS Institute, Inc., Cary, North Carolina). Como resultados foi encontrado que a idade (p = 0,007) de acometimento foi significativamente maior no subgrupo com lesão completa, sendo sua média 61,4 ± 7,9 anos, em relação às lesões parciais, que apresentaram média de idade de 56,5 ± 7,1. Além de um número de âncoras (p = 0,002) usadas ter sido significativamente maior no subgrupo com lesão completa. O subgrupo com lesão completa também mostrou o delta relativo da elevação (gonio) significativamente maior (p = 0,0004). Por fim, foi demonstrado 82,8% de resultados excelentes e bons utilizando o escore UCLA. O escore Constant não mostrou diferença estatisticamente significante ao comparar os resultados. Portanto, a cirurgia artroscópica é uma opção de tratamento que visa melhorar a função e a dor do paciente e o estudo mostra que há resultados funcionais semelhantes ao escolher essa modalidade tanto para as lesões parciais quanto para as completas, sendo que nas parciais pode ser uma abordagem eficaz em casos de pacientes com lesão parcial e refratários à terapêutica conservadora

Palavras-chave


Manguito rotador. Lesões parciais e completas. Avaliação funcional.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n1.2018.6347

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