Conforto acústico em ambientes escolares

Pedro Henrique Medeiros Pereira, Ana Cláudia Pereira de Resende, Sérgio Luiz Garavelli

Resumo


Condições adequadas de conforto acústico em ambientes escolares são fundamentais para o processo de ensino e aprendizagem, além de preservar a saúde física e mental dos estudantes e professores. Condições adversas provocam o aumento da dispersão de atenção, dificuldade de leitura e déficit motivacional, interfere na percepção da fala, aumenta o incômodo, o estresse levando à prejuízos a aprendizagem. Um dos principais problemas encontrados em ambientes escolares relacionados à acústica é a inteligibilidade da fala, que é afetada pelo som residual e pelas reverberações dos ambientes. As condições de conforto acústico nestes ambientes começam com o controle dos níveis de pressão sonora externos que atingem a escola. Além do isolamento acústico adequado, o controle das reflexões se faz necessário para que se tenha adequada inteligibilidade da palavra. A pesquisa teve como objetivo principal a avaliação do som residual e do tempo de reverberação. O estudo foi realizado no Campus de Taguatinga do Cento Universitário de Brasília – UniCEUB. Para avaliar o ruído externo, foi utilizado o modelo matemático RLS90, que faz a predição dos níveis de pressão sonora a partir do tráfego rodoviário, principal fonte de ruído externo no local. Os níveis preditos foram comparados com os medidos na vizinhança da instituição. O Noise Critéria, parâmetro que avalia o som residual no interior de ambientes, foi avaliado no corredor e em salas de aulas. Além disso, em três salas com diferentes tipologias e volume, foram medidos o tempo de reverberação e a coloração da reverberação. Os resultados referentes aos níveis de pressão sonora externos foram superiores ao limite estabelecido pela legislação, indicando a ocorrência da contaminação acústica do local devido ao tráfego rodoviário. O modelo matemático utilizado para a predição dos níveis de pressão sonora a partir do tráfego rodoviário mostrou-se eficiente, com desvio máximo entre os valores preditos e medidos menores que 1,5 dB(A). O som residual avaliado no interior da instituição, apresentaram grande diferença em relação aos níveis que atingem a fachada do edifício, indicando que o isolamento acústico entre as áreas internas e externas é eficiente. O Noise Critéria, avaliado do corredor foi adequado, nas outras salas foram ligeiramente superiores, porém próximos ao limite indicado pela norma legal. Os tempos de reverberação dos três ambientes avaliados, com diferentes volumes, apresentaram valores considerados ótimos pela literatura da área. Apesar do bom resultado obtido para o tempo de reverberação, a coloração da reverberação não teve um comportamento desejável, principalmente no regime de altas frequências. Com o trabalho realizado foi constatada a importância das condições adequadas de conforto acústico em ambientes escolares para o processo de ensino aprendizado, e também para preservar a saúde física e mental de estudantes e professores. Como sugestão de trabalhos futuros, tem-se a avaliação da inteligibilidade da fala, que pode ser realizado por meio do método RASTI. A isolação acústica entre diferentes salas e entre salas e corredor também é recomendada. Estudo para avaliar a percepção dos usuários em ambientes escolares com coloração inadequada


Palavras-chave


conforto acústico. ambientes escolares. tempo de reverberação.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n1.2018.6293

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