ESPAÇOS “UNE CEUB” – PROPOSTA DE INTERVENÇÕES URBANÍSTICAS NOS ESPAÇOS INTERNOS DO UNICEUB

Isabelle Braz Amarilio da Cunha, Ana Cláudia Bazzo Sá, Ana Paula Borba Gonçalves Barros

Resumo


Sabe-se que as cidades brasileiras apresentam a atenção voltada aos veículos
motorizados individuais, fomentado também por conta da sua morfologia, cujas
características se assemelham às cidades americanas. Brasília, sob este mesmo
viés, apresenta problemas ainda mais preocupantes, por ter sido desenhada
com base nos princípios modernistas, em que segregam-se suas funções,
ampliando as distâncias entre o morar e o trabalhar, estimulando, portanto, o uso
exacerbado dos carros. Neste contexto, cabe apontar que muitas das áreas de
instituições de ensino superior, acabam por reproduzir o que ocorre no espaço
urbano, haja vista necessitarem abrigar os carros que circulam na cidade e
destinam-se às suas dependências. Sob esta perspectiva, esta pesquisa visa
apresentar uma análise comparativa entre os espaços internos do UniCEUB
(Instituição de Ensino Superior) e o espaço onde está inserida. Para tanto, a
pesquisa realizou-se em três etapas de investigação: qualitativa, quantitativa e
intervenção. A primeira, constituiu-se da realização de três Grupos Focais,
compostos – separadamente e nesta sequência, para alcançar melhores
resultados – por estudantes, professores e funcionários da instituição. Em
seguida, o estudo obteve um caráter quantitativo, em que foram aplicados
trezentos questionários no campus da Asa Norte (local da intervenção) em
diferentes momentos: antes, durante e depois da intervenção. Por fim, após as
análises dos dados, das duas etapas descritas anteriormente, ocorreu a
intervenção, em que uma parte de um dos estacionamentos interno privativo dos
professores foi fechada durante um único dia da semana. Como achados, os
Grupos Focais tiveram suas especificidades vinculadas às funções inerentes aos
três grupos, mas, em geral, verificou-se que os blocos (e suas imediações) em
que os frequentadores realizam suas atividades, acabam sendo as áreas mais
utilizadas, ou seja, não há muita interação com pessoas de outros blocos por
não fazerem parte do “pedaço” (Magnani, 1993). Nos questionários, observouse
que muitos não percebem o estacionamento como empecilho aos
deslocamentos, uma vez que este espaço faz parte do cotidiano, dentro e fora
da instituição. Por outro lado, ao se retirarem os carros para a realização da
intervenção, só então a presença do estacionamento é vista como um incômodo,
o que mostra que a acupuntura urbana (Lerner, 2003), torna-se uma boa
estratégia de conscientização acerca desta problemática. Verificou-se, ainda,
que um dos motivos pelos quais as pessoas escolheram estar na intervenção foi
simplesmente passar o tempo, item explorado de forma indireta nas atividades
opcionais de Gehl (2010), mas não tendo um encaixe perfeito. Por isso, além
desta atividade e das necessárias e sociais, a pesquisa acrescentou “passar o
tempo”, exigindo também certa qualidade ao ambiente físico. Dessa forma,
recomenda-se que a instituição repense os pontos supracitados a fim de
solucionar as questões da comunidade acadêmica, além de estimular a
mobilidade ativa com o intuito também de melhorar a convivência no campus e,
assim, impulsionar o desempenho laboral e acadêmico de toda a comunidade
da instituição. Por fim, cabe apontar que a instituição reflete o que ocorre na
cidade, voltando a sua atenção aos carros e não às pessoas (Gehl, 2010) e
estas, muitas vezes, não percebem


Palavras-chave


Mobilidade ativa. Grupos Focais. Estacionamentos. Espaços de Convivência. Campus Universitário.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n3.2017.5802

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