A influência de fatores estressores externos na gravidez e suas consequências no desenvolvimento do transtorno do espectro autista

Maressa Pacheco dos Santos Boquady, Larissa Rodrigues de Almeida Rego Oliveira

Resumo


O Transtorno do Espectro Autista (TEA), popularmente conhecido como autismo, é uma
doença neurológica que gera alterações no desenvolvimento. Ele é caracterizado por
limitada comunicação e interação social, bem como alterações comportamentais
estereotipadas. A etiologia do TEA ainda não é bem elucidada, mas sabe-se que sua causa é
multifatorial .Evidências recentes demonstraram uma variação de 40-50% no risco do TEA,
devido a influência dos aspectos ambientais na gravidez, o que chama ainda mais atenção
para que ela seja investigada. Sendo assim, observa-se uma maior incidência de TEA em
crianças cujas mães passaram por eventos estressores na gravidez, como: violência, presença
em desastres naturais, rompimento da estrutura familiar, fatores imunes e sofrimento
psicológico, que associados à predisposição genética agem como estressores importantes, de
modo a fundamentar essa teoria. Dessa forma, tem-se como objetivo analisar a incidência e
prevalência de fatores estressores durante a gestação e sua relação com o desenvolvimento
do TEA na criança. Trata-se de um estudo epidemiológico transversal, de caráter exploratório
e retrospectivo; a coleta de dados acontecerá a partir do procedimento técnico de
levantamento. Será uma pesquisa quantitativa, de natureza básica - com o intuito de
melhorar as teorias científicas e aumentar as bases disponíveis. Sendo assim, os resultados
irão proporcionar uma oportunidade de melhor gestão dos recursos públicos para atender
essas mães e crianças a partir da capacitação de profissionais, da distribuição adequada de
centros de atendimento e escolas - de acordo com o perfil epidemiológico das regiões
administrativas - além de prover uma oferta precisa de informação para as gestantes,
tratamento precoce dos casos diagnosticados e consequentemente melhor prognóstico
dessas crianças. Dentre os resultados encontrados destacou-se o aumento na prevalência do
TEA com o aumento da idade materna e paterna, além de constatar que a quantidade de
gestações e os casos confirmados de TEA na família podem influenciar no desenvolvimento
do transtorno. Observou-se forte influência da depressão pós parto e do baby blues e o
desenvolvimento do TEA, juntamente com situações de rompimento amoroso e violência
psicológica principalmente quando ocorridas no 2° e 3° trimestre de gestação. O PSS-14,
quando aplicado a mães de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista
(TEA), revelou um aumento médio de 6 pontos na pontuação geral em comparação com a
aplicação do mesmo instrumento em mulheres grávidas de outro estudo. Conclui-se,
portanto, que vários fatores estressantes analisados neste estudo foram capazes de gerar
discussões relevantes para a análise da relação causal entre esses fatores e o
desenvolvimento do TEA nas crianças. Por outro lado, alguns fatores não obtiveram dados
suficientes para tal análise, evidenciando a necessidade de mais estudos nessa área.


Palavras-chave


transtorno do espectro austista; fatores ambientais; estresse.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2022.9515

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