Estudo comparativo entre a unidade de vizinhança de Brasília e as Supermanzanas de Barcelona

Ana Delfina Paiva Graça, Rossana Maria Delpino Sapena

Resumo


Este estudo teve o propósito de identificar a possibilidade de melhorias ecossistêmicas nas superquadras brasilienses. Para tanto, comparou unidade de vizinhança de Brasília com as supermanzanas de Barcelona, para avaliação da qualidade e da sustentabilidade do meio urbano. Adotou metodologia de natureza aplicada e abordagem qualitativa, com levantamentos de informações de literatura referencial teórica e dados fornecidos por órgãos oficiais. Utilizou como base comparativa os parâmetros do guia metodológico das supermanzanas. Esclareceu que a pesquisa não tem a pretensão de aplicar por completo o guia que possui mais de cinquenta índices e demanda equipe especializada para apuração técnica de todos os parâmetros. Teceu considerações sobre Salvador Rueda, responsável técnico pela criação das supermanzanas, bem como sobre o guia metodológico elaborado pela equipe dele para diagnóstico da área urbana. Contextualizou historicamente as cidades cotejadas. Definiu o que é uma supermanza e seus objetivos. Colacionou explicações sobre o urbanismo ecológico, base teórica das supermanzanas. Descreveu brevemente o modelo de cidade sustentável, sob a ótica do urbanismo ecológico, assim como aborda seus quatro eixos para esclarecer que a cidade sustentável é aquela que se apresenta compacta, complexa, coesa socialmente e eficiente. Efetuou análise comparativa das supermanzanas e da unidade de vizinhança, sob todos os eixos do modelo de cidade sustentável, sem, todavia, esgotar o tema. Forneceu diagramas analíticos para que a informação possa ser lida de maneira mais gráfica. Comparou a compacidade dos dois modelos, com análise da relação habitações por área e do espaço público disponível, quanto à dimensão, ventilação, luz natural, campo visual ocupado por vegetação e, ainda, no que se refere à mobilidade. Fez o confronto quanto à complexidade, observando a busca de autossuficiência dos modelos e verificando a diversidade de uso das edificações e a relação área natural por habitante. Em relação à eficiência, anotou as possibilidades de uma cidade se tornar mais sustentável. Destacou o potencial energético solar de Brasília. Por fim, fez breve comparativo de coesão social. Diante do observado, registrou que as superquadras de Brasília têm muitos aspectos positivos, segundo os parâmetros do modelo de cidade sustentável, especialmente, seus espaços públicos e sua vegetação. No entanto, percebeu que alguns pontos se revelam menos promissores, tais como a relação de habitações por área e a mobilidade. A setorização do comércio promove uma dinâmica diferente nas superquadras. Sinalizou que, apesar de dotada de alguns equipamentos para melhor coesão social, os moradores não optam por usá-los. Assim, apresentou diferenças e semelhanças entre os dois modelos comparados que são capazes de nortear propostas de melhoria da qualidade do espaço urbano das superquadras de Brasília.

Palavras-chave


comparação; Barcelona; Brasília; unidade de vizinhança; urbanismo.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2022.9476

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