Indicadores epidemiológicos de saúde da população de transgênero no Distrito Federal

Iasmim e Silva Penha, Júlia Vinhaes dos Reis, Márcio Garrison Dytz, Leidijany Paz

Resumo


O cuidado integral do paciente transgênero é um desafio na área da saúde uma vez que
requer a preparação das instituições para prestar um serviço de qualidade e a participação dos
profissionais no processo de superação da desinformação, estigma e preconceito, seguido da
avaliação pré-tratamento, o que inclui uma análise do perfil psicológico e metabólico e
compreensão do contexto biopsicossocial do paciente. Dessa forma, o presente trabalho
analisou o perfil epidemiológico da população transgênero do Ambulatório de Assistência
Especializada para Pessoas Travestis e transgênero do Distrito Federal do Hospital Dia (Brasília –
DF) com o objetivo de: compreender os indicadores epidemiológicos relacionados aos hábitos
de vida como fumar e ingerir bebida alcoólica, o índice de desemprego, as expectativas em
relação a hormonioterapia e a pretensão de realizar o tratamento cirúrgico; investigar o
contexto social do paciente e de que forma tais parâmetros se relacionam com o índice de
depressão avaliado pelo Questionário sobre a Saúde do Paciente (PHQ-9). Foi realizado um
estudo de transversal e observacional, por meio da busca ativa de pacientes, com intuito de
desenvolver uma abordagem descritiva dos dados coletados referentes ao perfil
epidemiológico de pacientes transgênero acompanhados pelo serviço de endocrinologia do
Ambulatório Trans do DF. Os dados coletados, entre o período de abril a maio de 2022, foram
comparados, monitorados e registrados numa planilha do Microsoft Excel. Os pesquisadores e
os pacientes seguiram os princípios do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O perfil
epidemiológico dos 59 pacientes analisados na pesquisa apresenta a prevalência da população
entre 20-29 anos e moradores do DF. A maioria consome bebida alcoólica, está empregada,
busca mudanças corporais e percebeu o afastamento de pessoas do convívio social, enquanto
menos da metade é tabagista, já fez uso de hormônios antes da consulta no ambulatório e
realizou procedimento cirúrgico. Dessa forma, a partir da correlação entre os dados obtidos
com o PHQ-9 foi observado um elevado índice de distúrbios psiquiátricos e alto grau de
gravidade dos sintomas de depressão na população transgênero. Concluiu-se que esse campo
de estudo carece de pesquisas mais profundas e com dados mais sólidos. Este trabalho buscou
demonstrar a importância de se investir em pesquisa e incentivar a criação de políticas públicas
na área de saúde trans


Palavras-chave


transgênero; epidemiologia; distúrbios psiquiátricos

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2021.8972

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