Compreender os impactos do ensino remoto no processo ensinoaprendizagem das faculdades de medicina do Distrito Federal no cenário da pandemia de Covid-19

Carla Thaysa de Melo Cerqueira, Rebeca D'aquino e Silva Correa Machado, Phaedra de Castro

Resumo


O cenário pandêmico trouxe adaptações em todas as instituições de ensino de Brasília.
Adaptação da grade horária e a implantação de aulas remotas, autorizadas pelo MEC. O curso
de Medicina prevê atividades teóricas e práticas e, diante da adequação do ensino remoto,
observamos mudanças na rotina acadêmica, alterando o processo de ensino e aprendizagem.
O presente estudo analisou como as adaptações repentinas foram percebidas pelos docentes
e discentes das faculdades de Medicina do Distrito Federal, a interferência desse modelo de
ensino nos mecanismos de ensino-aprendizagem e quais seus principais benefícios e
prejuízos. O estudo tem natureza básica, cria, estende e redefine a teoria, em busca de gerar
novos conhecimentos para ciência (RAMOS et al, 2005). Definido como uma pesquisa
quantitativa, utiliza dados numéricos para analisar os impactos do ensino remoto no processo
ensino-aprendizagem das faculdades de Medicina do Distrito Federal na pandemia de COVID-
19, já a pesquisa qualitativa analisa como tal fato foi vivenciado pelos participantes. A pesquisa
quanti-qualitativa usa ambas as ferramentas como método de estudo, abordando tanto o lado
objetivo quanto subjetivo (MOLINA-AZORIN, 2012). O caráter descritivo exploratório é a
formação de hipóteses e análise da relação entre as variáveis (GIL 2017). Analisou-se a
percepção dos docentes, dos 15 participantes, todos tinham internet de qualidade, 53,3%
acharam as aulas remotas suficientes, 80% tiveram cursos oferecidos pelas instituições para
uso dos instrumentos de ensino. Para 46,7% dos professores o nível de atenção dos alunos
estava pouco pior, 33,3% muito pior e 13,3% igual. Em relação às aulas práticas, 46,7%
ministrou aulas presenciais, desses, 77,3% afirmaram que a carga horária não foi equivalente,
da reposição destas, 60% foram feitas durante o semestre, enquanto, 40% apenas ao final do
semestre, promovendo danos como falta de contato com pacientes, dificuldade para realizar
procedimentos simples, prejuízos nas práticas clínicas e cirúrgicas. Em relação ao ensino, os
pontos positivos: aprendizado com as Tecnologias da informação e Comunicação (TIC's),
melhor uso do Google meet e Forms, e pontos negativos: dificuldade com as novas
tecnologias, menor interação professor-aluno-paciente. Foram analisados 58 discentes, entre
o 4º e o 11º semestres, desses, 2 não tinham acesso a internet de boa qualidade. Apenas 15
não tiveram aula online em 1º/2020, 6 em 2º/2020, 4 em 1º/2021 e 18 no 2º semestre de
2021, este já retratando o retorno das atividades presenciais, 51 participantes tiveram aulas
práticas, 38 apenas ao final do semestre, como reposição, e 26 desses não se sentiam seguros.
Qualidade inferior das aulas online, distância entre as aulas teóricas e as práticas, dificuldade
de manter a concentração, densidade do conteúdo, diminuição da carga horária das práticas
e distanciamento gerado pelo ERE entre alunos e professores gerou danos no aprendizado,
insatisfação dos alunos e afetou a curva de aprendizado. Praticidade, menores gastos com
deslocamentos e maior acessibilidade a eventos remotos foram considerados positivos. Por
fim, considera-se o ERE de grande valia para situações emergenciais e acredita-se que o ensino
remoto teórico pode agregar à graduação de medicina mediante aperfeiçoamento


Palavras-chave


Educação médica; Ensino; Pandemia COVID-19.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2021.8942

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