Avaliação de transtornos nutricionais em pacientes com sobrepeso e obesos portadores de doença inflamatória intestinal

Maria Paula Goulart de Abreu Catta Preta, Priscila Chaves Cruz, Ricardo Jacarandá de Faria, Letícia Caetano Adorno

Resumo


A Doença Inflamatório Intestinal (DII) é uma patologia crônica que causa inflamação do trato gastrointestinal. É representada pela Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa (RCU), tendo como principal diferença entre elas a localização da inflamação. A inflamação crônica provocada pela DII predispõe déficit nutricional, visto que acelera o trânsito intestinal, limitando o tempo de contato dos nutrientes com a mucosa do TGI e, consequentemente, diminuindo a absorção. Ademais, o sobrepeso/obesidade induzem um estado inflamatório importante, liberando citocinas inflamatórias e predispondo a uma disbiose que piora o estado do paciente e contribuem ainda mais para o déficit nutricional. O estudo teve como objetivo principal avaliar a prevalência dos transtornos nutricionais nos pacientes obesos com DII em um hospital universitário de Brasília. A pesquisa foi realizada por meio de estudo observacional retrospectivo, descritivo, analítico e comparativo e os dados foram coletados de prontuários eletrônicos de um hospital universitário em Brasília. Os pacientes foram divididos em 4 grupos: obesos/sobrepeso com DII, não obesos/sem sobrepeso com DII, obesos/sobrepeso sem DII; não obesos/sem sobrepeso sem DII. Os parâmetros analisados foram: hemograma, PCR, VHS, Na, K, Mg, P, Ca, vitamina D, ácido fólico, ferro, ferritina e albumina, bem como dados clínicos: idade, peso, altura, data de diagnóstico, tratamento atual e prévio, colonoscopia, endoscopia e biópsia. A análise foi realizada pelo software SAS 9.4, correlacionando os grupos de pacientes. Ao contrário do esperado, obtiveram p significativo (p < 0,05) apenas os marcadores ferro e hemoglobina, que apresentaram-se alterados nos pacientes com IMC < 25 (não obesos/sem sobrepeso). Diante disso, infere-se que alguns fatores enviesaram a pesquisa, tais quais a não separação dos pacientes com RCU e DC para análise, visto que a localização da inflamação no TGI interfere no nível de absorção nutricional. Além disso, a maioria dos pacientes estava realizando tratamento com uso de biológicos e tendo acesso a acompanhamento em grande hospital, bem como suplementando alguns nutrientes como vitamina D, vitamina B12 e ferro, melhorando significativamente a inflamação e o transtorno nutricional. Conclui-se então a necessidade de separar os estudos de acordo com a doença do paciente - RCU ou DC; bem como os tipos de tratamento e suplementação nutricional

Palavras-chave


Doença Inflamatória Intestinal; transtornos nutricionais; obesos/sobrepeso

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2021.8932

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