Avaliação da abordagem endovascular em aneurismas intracranianos gigantes tratados com stents de fluxo vs embolização com micromolas

Clara Demeneck Pereira, Denis Carvalho Parry, Eduardo Siqueira Waihrich, Bruno de Sousa Mendes Parente

Resumo


Os aneurismas intracranianos gigantes (AG), acima de 25 mm são raro subgrupo que
geralmente se apresentam com a clínica de efeito de massa. Normalmente observa-se
diminuição da acuidade visual, neuralgias, disfunção da motricidade ocular, entre outros. As
opções terapêuticas incluem microcirurgia com trapping da artéria parental e as múltiplas
estratégias endovasculares. Em decorrência da baixa frequência da doença, carecem
evidências científicas que apontem a melhor estratégia tendo em vista diminuir o risco de
sangramentos e resolver os efeitos de massa. Dessa maneira, o estudo objetivou avaliar a
melhora clínica de Aneurismas Intracranianos Gigantes com uso de técnicas reconstrutivas
vasculares - uso de Stents de fluxo e embolização com micromolas, e das técnicas destrutivas
- oclusão da artéria parental. Coorte retrospectiva com dados coletados do prontuário e
entrevista de 28 pacientes. Os critérios avaliados foram: queixa principal, antecedentes
pessoais, tabagismo, diabetes, hipertensão arterial e colesterol, características angiográficas
do aneurisma, como tamanho e colo, e técnica cirúrgica. Os pacientes foram avaliados no
pós-operatório e em consulta de retorno para análise da resolução do efeito de massa. Os
aneurismas gigantes podem levar a déficits neurológicos importantes, em decorrência do
efeito de massa, eventos isquêmicos ou hemorragias subaracnóideas. Dentre os sintomas,
destacam-se a diminuição da acuidade visual, por compressão do nervo óptico, dor facial
nos territórios do nervo trigêmeo, disfunção da motricidade ocular, síndrome de
frontalização, pele efeito de massa sobre o lobo frontal, disfunção hipotalâmica, por
compressão direta sobre o hipotálamo, e hidrocefalia, por obstrução do fluxo liquórico. A
estratégia de tratamento é planejada de acordo com diversos fatores, como idade,
comorbidades, tamanho, localização, morfologia, projeção do aneurisma, relação
colo-domus, características aneurismáticas, circulação colateral e a presença de ramos
perfurantes na parede do saco aneurismático. Os Stents intracranianos de fluxo são cilindros
de fios metálicos trançados, com fenestrações diminutas, que ao serem implantados
possibilitam a passagem de sangue para os ramos penetrantes, evitando assim déficits
neurológicos, e bloqueiam a entrada de sangue no saco aneurismático, levando a trombose
e redução do seu volume. Já a embolização com micromolas, outra técnica endovascular, é
realizada por intermédio de cateteres inseridos à distância, posicionando-se dentro do saco
aneurismático, em que são introduzidos micromolas, preenchendo o seu interior e causando
trombose. Sua finalidade é ocluir total ou subtotal o interior do aneurisma, reduzindo o seu
risco de ruptura e consequentemente de hemorragia cerebral. O estudo sugere que o
tratamento endovascular por Oclusão com Micromolas ou uso de Stent de Fluxo em AIGs na
vigência de um efeito de massa é viável e pode ser realizado com taxas de complicações
relativamente baixas, com desfechos clínicos e radiográficos de longo prazo moderados


Palavras-chave


Aneurisma gigante; Stent de fluxo; Oclusão com micromola

Texto completo:

PDF


DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2021.8927

Apontamentos

  • Não há apontamentos.

Desenvolvido por:

Logomarca da Lepidus Tecnologia