Análise da prevalência de adesão à dieta sem glúten na população saudável

Maria Clara Ibrahim Saraiva, Juliana Azevedo de Vasconcelos, Luciana Teixeira de Campos

Resumo


A dieta com restrição de glúten tem ganhado popularidade nos últimos anos, sendo
motivada principalmente pela tendência de busca pela perda de peso e pela crença
equivocada de que produtos sem glúten significariam uma alimentação mais saudável. Além
disso, a percepção de sintomas extra e intra gastrointestinais com o consumo de alimentos
com esse composto e a redução dos mesmo ao interromper o seu uso pode ter contribuído
para posicionar o glúten em uma perspectiva negativa na sociedade. Levando esse contexto
em consideração, a pesquisa buscou analisar a prevalência de pessoas que realizam essa
dieta na ausência de um diagnóstico que justifique essa restrição ou orientação por
profissional capacitado, compreendendo seu perfil epidemiológico e motivação para retirar o
glúten da alimentação. A investigação foi conduzida a partir de um questionário
disponibilizado online e divulgado para a população definida na amostragem, sendo adotado
como critério de inclusão a matrícula obrigatória no UniCEUB e como critério de exclusão o
diagnóstico prévio de doença celíaca, alergia ao trigo ou síndrome do intestino irritável.
Foram coletadas um total de 288 respostas, e estabelecida uma prevalência de 16% de
adesão à dieta sem glúten na amostra. Do total de participantes que realizam a dieta, 40%
afirmaram realizá-la por conta própria e as principais motivações identificadas foram o
desejo de perder peso e a busca por uma alimentação mais saudável. A presença de
sintomas após o consumo do de produtos com glúten foi a terceira principal motivação,
sendo relatada por 50% dos participantes com frequência. Os sintomas de destaque foram
distensão, intestino preso e fraqueza. Todos esses participantes afirmaram a redução da
frequência ou desaparecimento completo desses agravos após o início da restrição. Diante
do exposto, observa-se que o objetivo principal do estudo foi alcançado ao definir a
prevalência da dieta na população escolhida (16%). O valor encontrado foi
consideravelmente maior do que o valor esperado, inclusive ao ser comparado com outros
países da América Latina. As motivações identificadas corroboram com o resultado esperado,
considerando que a busca pelo corpo perfeito e alimentação saudável têm grande impacto
para o aumento da prevalência dessa dieta. Já a presença da redução de sintomas com a
interrupção do consumo sugere a presença de sensibilidade ao glúten não-celíaca, sendo
imperativo o estabelecimento de uma estratégia de diagnóstico mais resolutiva


Palavras-chave


dieta livre de glúten; sensibilidade ao glúten não-celíaca; prevalência

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2021.8922

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