Análise comparativa de perfil cicatricial utilizando extrato sucupira branca (Pterodon Pubescens) em paciente com Diabetes mellitus ii

Artur Bomtempo Brito, Vivian Rodrigues, Lélia Cristina Tenório Leoi Romeiro

Resumo


O envelhecimento comporta uma série de alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas,
que com o passar do tempo tornam o organismo mais suscetível à perda funcional. Apesar do
processo de envelhecimento não estar, necessariamente, relacionado a doenças e
incapacidades, as doenças crônico-degenerativas são frequentemente encontradas nos
idosos, dentre elas o Diabetes mellitus (DM). Dentre as complicações incapacitantes do DM
destaca-se a neuropatia diabética periférica, podendo aparecer associada à vasculopatia nos
membros inferiores, presença de infecção com ulceração, destruição ou não de tecidos
profundos e doença vascular periférica em vários graus. Nessas situações de ulcerações, o
foco principal passa a ser tratamento de lesões da pele, com objetivo a evitar a amputação e
prevenir recorrência. A descoberta e o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas,
tratamentos preventivos e curativos por meio propriedades medicinais, temos a sucupira
branca (Pterodon pubescens) amplamente utilizada por ação anti-inflamatória. A hipótese
concentra-se em avaliar os efeitos do uso do extrato associado às terapias convencionais
(simples limpeza da ferida com soro fisiológico e troca de bandagens), realizada em ambos os
locais da pesquisa, com o extrato de Pterodon pubescens, na formação de cicatrizes fortes,
alinhadas e protegidas de eventos adversos como infecções, deiscências e recidivas. Essa
pesquisa teve por objetivo avaliar o perfil cicatricial de pacientes com pé diabético sob uso de
formulações oleosas contendo extrato hexânico de Pterodon pubescens (LDT-PPH) junto com
o protocolo padrão realizado na casa de repouso. Este projeto foi um estudo experimental
que analisou por 4 semanas o perfil cicatricial, tempo de cicatrização de úlceras venosas
crônicas de paciente com DM-II institucionalizado. As formulações de LDT-PPH foram
preparadas pela diluição do extrato em mistura de ácidos graxos que compõem o produto
comercial Dersani® em concentração final de 1%. Devido ao tamanho da úlcera venosa crônica
do paciente de 93 anos, com DM II, HAS e doenças vasculares, estar em fase inflamatória da
cicatrização foi optado pela dosagem de 04 gotas de LDT-PPH 1%, sendo este aplicado após a
limpeza e no leito da ferida, e o hidrogel com alginato de cálcio na região de esfacelo e tecido
de necrose. Por cima da cobertura primária, foi utilizado gaze estéril e ocluído com atadura e
esparadrapo como cobertura secundária. Após quatro semanas de aplicação do extrato foi
observado uma taxa de cicatrização na ordem de 36,72%, com grau de retração e formação
de tecido cicatricial, diminuição do exsudato bem como do odor característico das feridas
crônicas. O uso da solução LDT-PPH comprovou ser escolha favorável para o processo
cicatricial difícil ao aumentar a vascularização e diminuir a inflamação, fazendo com que o leito
da lesão apresentasse tecido vermelho vivo e brilhoso. Os resultados sugerem que o extrato
LDT-PPH 1% em mistura de ácidos graxos que compõem o produto comercial Dersani® tem
grande potencial no processo cicatricial de úlceras crônicas, especialmente em fase
inflamatória e com tecido de granulação, auxiliando direta e indiretamente no processo
proliferativo e vascularização do leito da ferida


Palavras-chave


Cicatrização de feridas; Fitoterapia; Pterodon pubescens; LDT-PPH; Úlcera venosa crônica

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2021.8917

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