Eficácia do uso de Canabidiol em pacientes pediátricos com epilepsia refratária ao tratamento: uma revisão sistemática

Ana Carolina Guimarães Costa dos Santos, Natasha Soares da Cunha Gandara, Jacqueline Coimbra Gonçalves Moser

Resumo


A epilepsia é um distúrbio neurológico crônico, caracterizado por crises epilépticas
espontâneas e recorrentes, a qual pode atingir todas as idades. Alguns pacientes podem
apresentar resistência aos fármacos antiepilépticos convencionais, que afetam o
desenvolvimento e diretamente na sua qualidade de vida. Esta situação crítica levou a uma
busca por soluções adicionais, como o uso dos canabinóides. O presente trabalho trata-se de
uma revisão sistemática da literatura para avaliar a eficácia do canabidiol no tratamento de
epilepsias refratárias em pacientes pediátricos. Para isto foram realizadas buscas nas bases
de dados Cochrane, EBSCO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) utilizando os seguintes
descritores: “Refractory Epilepsy” e “Cannabidiol”, empregado o conector “AND/E”, nos
idiomas: inglês, espanhol e português. Os artigos foram selecionados por dois pesquisadores
e ao final da seleção foram analisados 25 artigos. Foram extraídas e avaliadas as seguintes
informações: idade dos participantes, tipo de epilepsia, dosagem do canabidiol, redução do
número e/ou intensidade das crises e efeitos adversos. Quanto à frequência das crises,
quatorze estudos apresentaram pacientes que obtiveram 100% da diminuição das crises,
entretanto a grande maioria de todos os participantes envolvidos tiveram reduções menores
(19% - 99%). Três estudos evidenciaram que tiveram reduções menores que 50% na
frequência das crises. Em relação às doses utilizadas, não foi observado um padrão tendo
uma variação de 1 a 50 mg/kg/dia. Em todos os estudos avaliados foram relatados efeitos
adversos referentes ao uso dos canabinóides (4 a 14%) dos pacientes. Após análise dos
artigos pode-se concluir que o uso de derivados canabinóides é eficaz para o tratamento de
epilepsias refratárias ao tratamento em pacientes pediátrico com efeitos adversos em geral
mais leves que as DAEs, contudo não foi possível estabelecer um padrão de dosagem para
cada síndrome.


Palavras-chave


Canabinoides, THC, Síndrome de Dravet e Síndrome de Lennox-Gastaut

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8281

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