Análise epidemiológica do perfil dos pacientes com obstrução intestinal no hospital regional da Asa Norte (HRAN)

Maria Clara Mesquita Leite, Carolina Marques Vinhal de Carvalho, Alberto Vilar Trindade

Resumo


A obstrução intestinal ocorre quando o fluxo normal do trato é interrompido, podendo ocorrer desde o esôfago até o reto. A dor abdominal é um sintoma capital nos pacientes portadores de obstrução intestinal, que tem alta incidência entre as enfermidades cirúrgicas do abdome agudo não traumático em serviços de urgência. Os principais fatores de risco são a cirurgia abdominal ou pélvica prévia, hérnia inguinal ou abdominal e história ou risco aumentado para neoplasia. Hoje, suas principais causas são por aderências e neoplasias malignas. A obstrução intestinal pode ser tratada com um manejo conservador ou cirúrgico. A diversidade, individualidade e mudanças no ser humano tornam cada vez mais importantes os trabalhos com epidemiologia. Com isso, há de se estabelecer a importância de um estudo que compare o perfil de pacientes com obstrução intestinal, com desfechos de morbimortalidade. Dessa forma, objetiva-se analisar os casos de pacientes portadores de obstrução intestinal tratados cirurgicamente na Unidade de Cirurgia Geral (UCG) do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), comparando as causas, morbimortalidade, os métodos diagnósticos, técnica cirúrgica empregada e as complicações da obstrução intestinal presentes nesta casuística. Trata-se de um estudo observacional, descritivo, do tipo série de casos a partir de uma análise retrospectiva do prontuário eletrônico (Sistema Trackcare) dos pacientes com obstrução intestinal tratados cirurgicamente no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), no ano de 2017 e 2018. As variáveis observadas foram: idade, sexo, ocupação, etnia, quadro clínico, exames diagnósticos, causa da obstrução intestinal, local da obstrução intestinal, comorbidades e complicações. Foram incluídos pacientes diagnosticados e tratados cirurgicamente por obstrução intestinal no HRAN, de janeiro de 2017 a dezembro de 2018. Foram excluídos os pacientes tratados de forma conservadora. Foram analisados 30 pacientes, dos quais a faixa etária média foi de 54,7 ± 16,9, sendo a maioria do sexo feminino. A maioria dos participantes foi diagnosticada por TC e submetida a laparotomia. Todos os pacientes apresentaram dor abdominal e parada de flatos e fezes como manifestação clínica. As duas maiores etiologias foram neoplasia maligna e aderências, sendo o cólon sigmóide o local mais acometido. As complicações mais apresentadas foram deiscência de aponeurose e IRA pré-renal. A taxa de mortalidade foi de 20%, sendo o choque séptico de foco abdominal o maior fator de morbimortalidade. Por conseguinte, a obstrução intestinal continua sendo uma patologia cirúrgica com uma incidência importante dentre os abdomes agudos, mas vem apresentando uma mudança em suas principais etiologias. Sendo importante ressaltar a neoplasia maligna de sigmoide como uma delas. Com isso, deve-se estar atento quanto ao desenvolvimento deste tipo de abdome agudo em tais pacientes.


Palavras-chave


Obstrução Intestinal; Abdome Agudo; Epidemiologia;

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8245

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