O papel da atividade física nos efeitos colaterais tardio e persistentes de sobreviventes de câncer de mama

Natália Leite Colombelli, Filipe Dinato de Lima

Resumo


câncer é caracterizado por células independentes que diferem morfologicamente das
células do tecido original e que, em decorrência de falhas em seu material genético,
possuem a capacidade de proliferação exagerada. Após o término do tratamento do câncer
pode-se perceber um aumento da fadiga, uma redução de força e da capacidade funcional.
Essas consequências de uma forma geral afetam as Atividades da Vida Diária (AVD), portanto
devem ser avaliadas e investigadas para que as sobreviventes de câncer de mama possam
ter uma melhor qualidade de vida após o término do tratamento. Sabe-se que a prática de
atividade física gera diversos benefícios para a saúde e atualmente recomenda-se que
pacientes com câncer evitem a inatividade física e se possível não interrompam a rotina de
suas atividades diárias. O objetivo do presente estudo foi comparar a força, a resistência a
fadiga, a capacidade funcional e a percepção de fadiga entre sobreviventes de câncer de
mama ativas e inativas. Para isso, O nível de atividade física das voluntárias foi verificado
através do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). As voluntárias foram
agrupadas como ativas e inativas. A percepção de fadiga foi avaliada pelo Inventário
Multidimensional de Fadiga (IMF-20). A força muscular foi avaliada através do teste de força
de preensão manual (FPM). No teste de fadiga muscular, as voluntárias realizaram uma
contração correspondente a 50% da FPM, mantendo-a pelo maior tempo possível. A
capacidade funcional foi avaliada pelos testes Timed Up and Go (TUG), Six Minutes Walk
(6MW), e pelo teste de sentar e levantar em 30 segundos (T30). Trinta e cinco sobreviventes
de câncer de mama participaram do estudo. Dentre estas, 22 foram classificadas como
ativas e 13 como inativas. Não houve diferença significativa (p > 0,05) entre as sobreviventes
de câncer de mama ativas e inativas nas variáveis força de preensão manual esquerda,
percepção de fadiga geral, de fadiga mental e de redução da motivação. Entretanto, as
sobreviventes de câncer de mama ativas apresentaram uma maior força de preensão
manual direita (p = 0,048), maior tolerância a fadiga de preensão manual direita (p = 0,011)
e esquerda (p = 0,006), melhor desempenho nos testes funcionais Time Up and Go (p =
0,037), sentar e levantar (p = 0,048) e 6-Minutes Walk (p = 0,031), em comparação com as
sobreviventes inativas. Além disso, as sobreviventes de câncer de mama ativas
apresentaram uma menor percepção de fadiga física (p = 0,049) e de redução da atividade (p
= 0,017), em comparação com as sobreviventes inativas. Conclui-se que sobreviventes de
câncer de mama que praticam atividade física apresentaram maior força muscular, maior
capacidade funcional e menor percepção de fadiga que sobreviventes de câncer de mama
que não praticam atividade física visto que, a prática de atividade física atua no aumento da
capacidade e qualidade muscular, reduzindo assim os efeitos causados pela perda do tecido
muscular e o nível de fadiga, melhorando de forma significativa a qualidade de vida das
sobreviventes


Palavras-chave


Câncer de mama. Fadiga relacionada ao câncer. Atividade física.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n1.2018.6389

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